Artista, a comparação te atrasa? Descubra como esse hábito pode prejudicar sua jornada e aprenda a superá-lo para focar na sua arte. A princípio, observar o trabalho de outros artistas pode ser inspirador. Você descobre novas técnicas, estilos e ideias que ampliam seus horizontes. Contudo, quando essa observação se transforma em julgamento pessoal, ela começa a drenar sua motivação, sua confiança e até mesmo sua vontade de continuar criando.

O ciclo silencioso da comparação
Comparar-se não costuma começar de forma abrupta. Às vezes, surge quando você vê alguém da sua idade sendo publicado por uma editora. Outras vezes, quando percebe que artistas com menos tempo de carreira têm mais seguidores, encomendas ou reconhecimento. Assim, pouco a pouco, você começa a acreditar que está ficando para trás.
Eu passei por isso. Comecei a duvidar da qualidade do meu traço, da minha paleta, da minha voz artística. O tempo que eu poderia usar para criar, estudar ou descansar, acabava consumido por pensamentos do tipo: “Por que ainda não cheguei lá?”
A comparação afeta a produtividade e a autoestima
Eventualmente, essa comparação virou paralisia. Eu começava ilustrações e não terminava. Rascunhava ideias que nunca ganhavam cor. Meus olhos buscavam erros antes de enxergar qualquer mérito. Decerto, a comparação é um dos maiores inimigos da autenticidade, pois sufoca o processo com dúvidas que nem deveriam existir.

Além disso, a autoestima sofre um golpe silencioso. Você começa a questionar se deveria mesmo continuar nessa carreira, como se o sucesso do outro anulasse a sua jornada. E, no fundo, o mais cruel é que esse sentimento de insuficiência raramente reflete a realidade.
Cada trajetória tem um ritmo próprio
Ainda que soe clichê, é preciso repetir: cada artista tem seu tempo. Analogamente, você não compararia o florescer de uma orquídea com o de um girassol. Ambos têm beleza e função, embora cresçam sob ritmos e condições diferentes. Com a arte, acontece o mesmo.
Ao invés de me comparar, passei a observar meu progresso pessoal. Olhei para as obras de dois anos atrás e vi o quanto evoluí. Reparei que, mesmo com pausas e bloqueios, nunca deixei de voltar para o papel. Isso me mostrou que constância vale mais que pressa.
Substitua a comparação por admiração consciente

Por conseguinte, mudei minha postura ao consumir arte alheia. Agora, ao ver uma obra incrível, penso: “Uau, isso é possível! Que incrível que alguém chegou nesse ponto!” Em vez de me sentir inferior, uso como lembrete de que há espaço para todos. Afinal, ninguém pode entregar ao mundo o que você, exatamente você, tem a oferecer.
Aliás, ao transformar comparação em admiração, você ganha algo poderoso: motivação. Você vê referências como metas alcançáveis e não como espelhos que refletem fracassos.
Mudei o “Não consigo desenhar assim” para “Como faço para desenhar assim?”
– Drawsaji
O que me ajudou a romper esse ciclo
Em resumo, três atitudes me ajudaram a sair desse buraco:
- Limitar o tempo nas redes sociais, principalmente quando me sentia mais vulnerável.
- Registrar minhas próprias vitórias, por menores que fossem.
- Compartilhar sentimentos com outros artistas, Criei o meu canal no youtube, o que me fez perceber que não estou sozinha!
Posteriormente, percebi que muitos criadores passam pelo mesmo. E, surpreendentemente, falar sobre isso ajudou a aliviar a pressão.
Sua arte não precisa competir com ninguém
Portanto, se você se identifica com isso, saiba: você não está atrasado. A arte não é uma corrida. Seu estilo, seu caminho e seu tempo importam.
Sou artista, e a comparação me atrasou, sim — mas não me impediu de continuar. E você também pode transformar essa trava em força, caso escolha se reconectar com o que te faz criar de verdade.